POLÍTICA E MEIO AMBIENTE

Seif critica COP 30 e acusa governo de submissão a interesses ambientais estrangeiros

Senador afirma que conferência em Belém serve a agendas externas e prejudica o agronegócio brasileiro

Publicado em 12/11/2025 às 10:57
Reprodução

Em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (11), o senador Jorge Seif (PL-SC) fez críticas à condução da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), prevista para acontecer em Belém do Pará. Segundo o parlamentar, o evento tornou-se palco para discursos que, em sua avaliação, estão distantes da realidade brasileira e seguem uma agenda ideológica imposta por potências estrangeiras.

— O que está em jogo na COP 30 não é o clima, é o poder. Querem controlar nossa terra, nossa produção e, principalmente, nossa soberania. O produtor rural brasileiro preserva o meio ambiente com dinheiro do próprio bolso. Enquanto na França e em outros países europeus o governo paga subsídios ao agricultor para deixar 4% da terra intocada, aqui no Brasil o produtor é obrigado, por lei, a preservar 20%, 35% e até 80% da sua propriedade, dependendo do bioma, sem que receba um único centavo de compensação — declarou Seif.

O senador também rebateu declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, que associou a produção de soja no Brasil ao desmatamento da Amazônia. Seif classificou o dado como falso e afirmou que a soja ocupa menos de 1% da Amazônia Legal. Para ele, o governo federal adota uma postura submissa diante das potências estrangeiras ao aceitar metas ambientais que, segundo suas palavras, sacrificam o agronegócio e a economia nacional.

Seif mencionou o Plano Clima, apresentado pelo Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê a redução de 50% das emissões do agronegócio até 2035.

— Enquanto outros setores, inclusive os industriais, podem aumentar suas emissões, a China, responsável por um terço da população mundial, promete reduzir apenas 10% das suas emissões. O Brasil quer cortar 67% das suas emissões. Isso não é política ambiental; é autossabotagem nacional, é subserviência travestida de virtude, é o Brasil pedindo desculpas por ser o país mais verde do planeta. Eu me recuso a aceitar que um país que preserva 66% de seu território, que alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que possui o Código Florestal mais rigoroso do planeta seja tratado como vilão.