Gonet reforça compromisso com sigilo e atuação sem 'vazamentos ou comentários'
Durante sabatina na CCJ, procurador-geral da República destaca perfil discreto e respeito absoluto ao sigilo judicial, em contraste com antecessores
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, reafirmou nesta quarta-feira, 12, seu compromisso com a discrição e o respeito ao sigilo em sua atuação. Em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Gonet destacou que, caso seja reconduzido ao cargo, manterá uma postura reservada, sem vazamentos ou manifestações públicas indevidas.
“Minhas manifestações se deram invariavelmente nos autos dos processos, sem vazamento nem comentário público, nenhum detrimento à imagem ou presunção de inocência dos investigados. O respeito ao sigilo judicial sempre foi obedecido de modo absoluto e assim continuará a ser”, afirmou durante a sessão que analisa sua indicação para mais dois anos à frente da PGR. As declarações foram interpretadas como um contraste em relação a alguns de seus antecessores, como Augusto Aras e Rodrigo Janot.
Segundo a Coluna do Estadão, senadores do Centrão ouvidos afirmam que a resistência à recondução de Gonet está restrita ao grupo bolsonarista. O procurador-geral, ressaltam, mantém bom diálogo com o Congresso e é bem visto até mesmo em parte do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar de certa apreensão do governo Lula em relação à sabatina, parlamentares não identificaram movimentos concretos para barrar um novo mandato de Gonet. Durante a sessão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou Gonet de cumprir ordens do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes: “O senhor perseguiu, entrou no jogo sujo de uma pessoa que, para mim, é doente, mas o senhor está lá, parece cumprindo ordens dele”, disse. O PGR pediu a condenação de Bolsonaro na trama golpista, e o ex-presidente foi sentenciado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão.