Governadores de oposição solicitam mais tempo para discutir projeto de combate ao crime organizado
Líderes estaduais pedem prazo maior para análise do PL 5582/25, que endurece penas e combate poder econômico de facções
Governadores de partidos de oposição reuniram-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e solicitaram um prazo maior para a votação do projeto de combate ao crime organizado (PL 5582/25). O encontro ocorreu após a participação dos governadores em uma sessão solene do Congresso Nacional, no Senado, que homenageou a ação policial no Rio de Janeiro contra facções criminosas.
“Desde que fui eleito presidente da Câmara, a porta do meu gabinete está sempre aberta para debater os assuntos de interesse do Brasil. Diálogo e conciliação fazem o país avançar com equilíbrio e nessa pauta não será diferente”, afirmou Hugo Motta em suas redes sociais.
Governadores de sete estados compõem o chamado "consórcio da paz", criado em 30 de outubro, dois dias após a megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão. Integram o grupo: Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC), Celina Leão (Progressistas, vice-governadora do DF) e Eduardo Riedel (Progressistas-MS).
Na reunião com Motta, estiveram presentes os governadores Cláudio Castro, Romeu Zema, Ronaldo Caiado, Jorginho Mello, além dos vice-governadores Daniel Vilela (GO) e Celina Leão (DF).
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que solicitou um prazo de 30 dias para que a Câmara dos Deputados aprove uma proposta. Para Castro, é fundamental ouvir o Judiciário, secretários de Segurança e operadores do direito envolvidos no tema. "Queremos uma lei que vá ao encontro do que precisamos, majoritariamente isso. Discordamos da rapidez desse projeto", defendeu.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, destacou a necessidade de um amplo debate entre todos os Poderes para a construção do projeto, “ouvindo lideranças, desapaixonadamente de partidos políticos”, acrescentou.
Já Ronaldo Caiado, governador de Goiás, ressaltou que a discussão não se trata de um tema eleitoral, mas de uma preocupação concreta da sociedade brasileira. “Não é assunto de campanha eleitoral, é um assunto de governabilidade”, reforçou.