POLÍTICA

Tarcísio critica Lula e diz que governo não apresentou soluções para segurança pública

Governador de São Paulo atribui queda de popularidade do presidente ao 'esgotamento de modelo' e à ausência de propostas para o setor

Publicado em 13/11/2025 às 15:44
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) Reprodução

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou nesta quinta-feira, 13, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atribuindo o enfraquecimento do petista nas pesquisas de intenção de voto da Genial/Quaest para a Presidência da República a um “esgotamento de modelo” e à falta de propostas concretas para a segurança pública.

Apesar da diminuição da distância entre Lula e seus principais adversários, o presidente segue numericamente à frente em todos os cenários de segundo turno testados para 2026. Na simulação contra o próprio Tarcísio, a diferença caiu de 12 para 5 pontos percentuais. O único cenário de empate técnico é contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com 42% a 39% — em outubro, era 46% a 36%. Bolsonaro, no entanto, está inelegível e cumpre prisão domiciliar.

“A gente tem que ver o que o Lula tem para mostrar para o Brasil. Estamos há 40 anos falando de Lula, e eles governam o Brasil praticamente há 20 anos de forma ininterrupta”, afirmou Tarcísio. “Quando o brasileiro se depara com uma crise profunda de segurança pública, a pergunta que deve ser feita — e acho que o brasileiro está fazendo — é: essa turma que governa o Brasil há tanto tempo fez exatamente o quê para a gente virar a mesa?”

Segundo o governador, o PT não apresentou propostas para a segurança pública ao longo de seus mandatos (de 2002 a 2016 e a partir de 2023) e não o faria agora, por demonstrar dificuldade em lidar com o tema. Em conversa com jornalistas após evento de educação no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio também criticou a condução da política fiscal do país, dizendo que o Brasil está desperdiçando potencial e oportunidades.

“Olha o que nós temos em termos de resultado primário, resultado nominal. Poderíamos estar numa situação muito melhor. E a grande questão é: o que eles estão oferecendo?”, questionou o governador. “Será que é razoável estarmos com um juro de 15% ao ano como estamos hoje?”, disse, referindo-se ao Banco Central.

Tarcísio ainda relacionou a crise atual à falta de disciplina fiscal e afirmou que a situação da segurança pública “eclodiu” porque o cidadão chegou ao limite, cansado de esperar soluções de quem, segundo ele, está há anos no poder sem apresentar alternativas. Para o governador, trata-se do esgotamento de um modelo, evidenciado pelo recado da sociedade de que “não dá mais” e de que é preciso buscar outro caminho — movimento que, em sua avaliação, explica o enfraquecimento de Lula.

Apesar das críticas, Tarcísio afirmou não estar pensando em eleições ao ser questionado sobre uma possível candidatura ao Planalto em 2026. “Sinceramente, a eleição está muito longe e estamos focados no trabalho aqui em São Paulo”, concluiu.