POLÍTICA

Após operação da PF, ex-prefeito de Lajeado deixa o governo estadual

Secretário estadual Marcelo Caumo se afasta do cargo após ser alvo da Operação Lamaçal, que investiga desvio de verbas destinadas ao enfrentamento das enchentes no RS

Publicado em 13/11/2025 às 16:12

O ex-prefeito de Lajeado (RS), Marcelo Caumo, pediu afastamento do cargo de secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), realizada com apoio da Controladoria Geral da União (CGU).

A Operação Lamaçal, deflagrada na última terça-feira (11), apura crimes contra a administração pública e lavagem de capitais relacionados ao desvio de recursos do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) destinados à administração de Lajeado durante as enchentes de maio de 2024.

Caumo, que ocupava o cargo de secretário estadual desde abril deste ano, afirmou em suas redes sociais que pediu desligamento para se dedicar à apresentação de esclarecimentos sobre as denúncias.

“Mesmo sem ter ciência ainda dos dados do processo, a gente vai fazer as defesas, mas fica com aquele sentimento de injustiça muito latente no coração”, declarou o ex-prefeito, que esteve à frente da administração de Lajeado entre 2017 e 2023.

Segundo a PF, foram identificadas irregularidades em procedimento licitatório realizado pela prefeitura de Lajeado para contratação de empresa responsável por serviços terceirizados de psicólogo, assistente social, educador social, auxiliar administrativo e motorista. A dispensa da licitação foi justificada pelo estado de calamidade pública decretado no município em 2024.

De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que a contratação direta da empresa investigada ocorreu sem a devida observância da proposta mais vantajosa e os valores contratados estariam acima dos praticados no mercado. O montante total dos contratos chega a aproximadamente R$ 120 milhões.

Lajeado foi uma das cidades mais atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

O governo do Rio Grande do Sul informou, em nota divulgada na terça-feira, que a investigação não tem relação com a atuação de Marcelo Caumo enquanto secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do estado.

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