O deputado Inácio Loiola (MDB) expressou sua preocupação com a falta de debates durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que acontece em Belém (PA), sobre dois temas cruciais para o meio ambiente, em especial para o Nordeste brasileiro: a preservação do bioma Caatinga e a degradação do rio São Francisco.

De acordo com o parlamentar, o bioma Caatinga representa cerca de 70% da área territorial do Nordeste e é exclusivo do Brasil. “Já sentimos que parte dessa área catingueira passa por um processo de desertificação. A outra questão, que também afeta a região da Caatinga, é a degradação do rio São Francisco”, destacou Inácio Loiola, durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 12.

O deputado prosseguiu alertando que o São Francisco é um rio que “está agonizando”. Ele lembrou que o Velho Chico representa 70% do potencial hídrico do Nordeste. “O rio São Francisco é responsável por 95% da energia gerada pela Chesf. Ele também viabiliza 300 mil hectares de projetos de irrigação ao longo de sua bacia hidrográfica e garante o abastecimento de água de diversos municípios brasileiros”, pontuou, citando como exemplo que o rio abastece cidades em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Sergipe, além de beneficiar estados como Ceará e Paraíba por meio da transposição.

“O São Francisco é responsável pelo turismo, por vários projetos de piscicultura e também pelo lazer. Essa questão com o rio — que é uma grande dádiva de Deus para o Nordeste —, na minha opinião, é um dos problemas mais graves do Brasil”, avaliou Inácio Loiola. O parlamentar comparou a importância do rio à do Nilo para o Egito: “O Nordeste sem o São Francisco é o mesmo que o Egito sem o rio Nilo.”

Por fim, o deputado lamentou a ausência dos temas na COP 30 e pediu mais atenção às pautas ambientais da região. “Infelizmente, o bioma Caatinga e o rio São Francisco não estão sendo debatidos nesse grande encontro que acontece em Belém. Precisamos olhar com mais cuidado para esses dois problemas”, protestou o parlamentar.