DECISÃO DO STF

Moraes mantém prisão preventiva de coronel Marcelo Câmara

Ministro do Supremo Tribunal Federal afirma que liberdade do réu representa risco de obstrução às investigações sobre tentativa de golpe

Publicado em 14/11/2025 às 17:14
Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira, 14, manter a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara.

Na decisão, Moraes destacou que a necessidade da prisão é "evidente" para evitar tentativas de obstrução do processo e para "resguardar a aplicação da lei penal e a ordem pública".

Segundo o ministro, "a tentativa do réu, por meio de seu advogado, de obter informações então sigilosas do acordo de colaboração premiada de Mauro César Barbosa Cid indicam o perigo gerado pelo estado de liberdade do réu, em tentativa de embaraço às investigações".

Moraes argumentou ainda que as razões que motivaram a decretação da prisão, em junho, "permanecem inalteradas, não se verificando qualquer fato superveniente apto a afastar a necessidade e adequação da prisão preventiva decretada".

Marcelo Câmara é réu no chamado "núcleo de gerência" da suposta trama golpista. O julgamento está previsto para dezembro, na Primeira Turma do STF.

A prisão preventiva foi decretada após o então advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, expor conversas que afirma ter mantido com o tenente-coronel Mauro Cid durante o processo de delação premiada.

Na ocasião, o acordo de colaboração de Mauro Cid estava sob sigilo, e Marcelo Câmara havia sido proibido de manter contato com outros investigados, inclusive por intermédio de terceiros. Moraes considerou que o coronel burlou a restrição ao recorrer ao advogado.