CPMI DO INSS

Presidente da CPMI do INSS sugere suspensão de cobrança de consignado por seis meses

Senador Carlos Viana propõe pausa emergencial nos descontos para proteger aposentados de fraudes em empréstimos consignados

Publicado em 17/11/2025 às 17:09
Carlos Viana (Podemos-MG) Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), defendeu a suspensão, por seis meses, da cobrança de parcelas de empréstimos consignados do INSS. A proposta visa proteger aposentados e pensionistas diante das irregularidades já identificadas pela comissão.

Segundo Viana, todas as informações preliminares apuradas pela CPMI sobre fraudes e irregularidades serão encaminhadas a órgãos como o Banco Central, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o próprio INSS.

"Aposentado pagando por empréstimo que não fez. Conta aberta sem autorização. Adiantamento compulsório. Renda destruída. Por isso recomendo que seja avaliada a suspensão temporária de 180 dias nos consignados. Durante esses 180 dias, os bancos não poderão descontar nenhuma parcela no benefício. É proteção, não privilégio", escreveu Viana em publicação na rede social X.

Em outra postagem, o senador reforçou que a medida é uma "pausa emergencial para proteger quem está sendo prejudicado por fraudes" e destacou: "É uma medida de proteção, não de punição. É justiça com quem trabalhou a vida inteira. E a CPMI seguirá firme até corrigir todas essas irregularidades".

Como mostrou o Estadão em setembro, o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), também pretende aprofundar as investigações sobre suspeitas envolvendo empréstimos consignados oferecidos por bancos.

Segundo Gaspar, as fraudes com consignados podem alcançar até R$ 70 bilhões, caso o volume de adesões não autorizadas por associações de aposentados tenha sido replicado pelas instituições financeiras. O valor é dez vezes maior que o rombo já mapeado até agora, entre 2016 e 2025.

Tanto Gaspar quanto Viana pretendem direcionar o foco da CPMI para o tema do consignado na próxima fase dos trabalhos, prevista para o próximo ano.