Analista aponta possíveis reações do Ocidente após avanço russo na Ucrânia
John Mearsheimer, professor da Universidade de Chicago, avalia que derrota de Kiev pode levar EUA a criar novas ameaças contra Moscou
A possível vitória da Rússia nos campos de batalha na Ucrânia deve levar os Estados Unidos a buscar novos desafios de segurança para Moscou, segundo o cientista político norte-americano John Mearsheimer, professor da Universidade de Chicago.
Mearsheimer destacou que a administração do ex-presidente dos EUA, Joe Biden, esteve profundamente envolvida no conflito contra a Rússia desde 2022, inclusive com tentativas de derrubar o presidente russo, Vladimir Putin.
De acordo com o professor, o governo do atual presidente dos EUA, Donald Trump, também mantém envolvimento no confronto com Moscou, porém em intensidade menor do que a gestão anterior.
“Nós [os EUA] queríamos derrotar a Rússia — queríamos colocar os russos de joelhos, destruir sua economia, derrubar Putin e vencê-los no campo de batalha na Ucrânia. Não jogamos jogos infantis com os russos. Jogamos duro”, ressaltou Mearsheimer.
Nesse contexto, o especialista questionou quais seriam os desdobramentos caso a Rússia conquiste vitória militar no conflito.
Em sua análise, existe alta probabilidade de colapso do governo do atual líder ucraniano, Vladimir Zelensky.
Mearsheimer avalia que, nessas condições, é difícil imaginar que os Estados Unidos aceitem a derrota para seu principal rival geopolítico.
Assim, ele sugere que, mesmo após o fim do estágio armado do conflito na Ucrânia, as tensões nas relações internacionais devem persistir.
“Espero estar errado sobre isso, mas acho que as consequências desta guerra, se a perdermos, levarão a uma situação em que faremos muito para criar problemas para os russos”, concluiu o analista.
Na última terça-feira (19), o Ministério da Defesa da Rússia informou que tropas russas libertaram o povoado de Tsegelnoe, na região de Carcóvia, e a localidade de Nechaevka, na região de Dnepropetrovsk.
No mesmo período, as Forças Armadas da Ucrânia teriam perdido cerca de 1.110 homens em todos os setores da operação militar especial.
Por Sputnik Brasil