Mark Ruffalo fala sobre perda de amigo e como aprendeu a lidar com a depressão
Ator relembrou a morte do melhor amigo e contou que a paternidade e o tratamento profissional foram fundamentais em sua recuperação
O ator Mark Ruffalo, de 57 anos, revelou detalhes de um dos períodos mais difíceis de sua vida em entrevista ao podcast “Where Everybody Knows Your Name”, da SiriusXM, exibido nesta quarta-feira (15). Conhecido por interpretar o Hulk nos filmes da Marvel, o artista falou sobre a morte de seu melhor amigo, Michael Darden, e sobre como aprendeu a conviver com a depressão.
“Meu melhor amigo se matou quando eu tinha 20 anos. Ele era meu maior companheiro, quase uma alma gêmea. Um cara incrível, mas muito deprimido”, contou Ruffalo, emocionado.
O ator relembrou que Darden era a única pessoa com quem conseguia conversar abertamente sobre suas angústias.
“Ele era o único cara a quem eu podia dizer ‘eu te amo’ nessa fase da vida. Nossa relação era uma conexão profunda, de irmão mesmo.”
A perda, segundo Ruffalo, foi um ponto de virada. Ele contou que chegou a ter pensamentos suicidas, mas desistiu após ver o impacto da morte do amigo.
“O suicídio sempre foi algo que me passou pela cabeça também, quando eu era jovem e deprimido. Mas quando vi o que isso causa em uma família e em quem fica, percebi o tamanho da destruição que deixa. É uma bomba que explode e devasta tudo ao redor. Então, decidi que viveria por ele — e hoje vivo por todos os que já se foram da minha vida.”
Durante a conversa com os anfitriões Ted Danson e Woody Harrelson, Ruffalo contou que buscou ajuda profissional, incluindo terapia e medicação, para aprender a lidar com o transtorno. No entanto, afirmou que foi a paternidade que teve o maior impacto em sua recuperação.
“Ter filhos mudou tudo. Não há tempo para se deprimir quando você precisa cuidar deles todos os dias. Não dá pra dizer: ‘hoje não dá, estou deitado o dia todo’. Você simplesmente não pode. Isso me fez levantar e seguir.”
O ator é pai de Keen (23 anos), Bella (20) e Odette (18).
Ruffalo acrescentou que a estabilidade profissional também contribuiu para aliviar o peso emocional.
“O começo foi muito duro — as rejeições, o dinheiro curto, a luta para se sustentar como ator. Mas, com o tempo, as coisas foram melhorando.”
O ator encerrou a entrevista afirmando que encara a vida com mais serenidade e propósito. “Hoje, o que me move é continuar por aqueles que não puderam ficar”, disse.