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Filmes de Plástico: Conheça a Produtora Mineira que Conquistou o Cinema com 'Afeto' e Fuga de Clichês

Fundada em 2009 em Contagem (MG), a companhia teve três longas eleitos entre os melhores do país e lança 'O último episódio'. A produtora foca em diversidade de gênero e narrativas humanas ambientadas nas periferias, sem explorar a violência.

Por Redação com agências Publicado em 16/10/2025 às 09:28
bartekwardziak/Depositphotos

Uma pequena produtora de Minas Gerais, a Filmes de Plástico, está redefinindo a narrativa do cinema nacional. Fundada em 2009, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, a companhia ganhou destaque após ter três de seus filmes — Marte um (2022), Temporada (2018) e Ela volta na quinta (2015) — eleitos entre os melhores filmes brasileiros em uma recente votação com mais de 100 cineastas.

A produtora foi criada por Gabriel Martins, Maurilio Martins, André Novais Oliveira e Thiago Macêdo Correia, que se conheceram em cursos e projetos de cinema em Minas. Eles defendem a ideia de um "cinema de afeto", utilizando diferentes gêneros para contar histórias de pessoas comuns, muitas vezes ambientadas em cenários humildes, mas fugindo do clichê da violência.

Novo Lançamento e Trabalho Coletivo

O mais novo longa da produtora, "O último episódio", está em cartaz e é um exemplar do gênero coming of age (amaduerecimento). O filme se passa em 1991 e narra a história de um garoto de 13 anos que, para conquistar sua paixão, mente ter uma fita do último episódio do desenho "Caverna do Dragão".

O projeto é um exemplo do trabalho coletivo do grupo. Maurilio Martins, que assina a direção e o roteiro (ao lado de Thiago), destaca a nostalgia da trama. "É um filme nostálgico de um certo modo de vida, de um certo modo de olhar o mundo. Hoje, com a internet, seria muito difícil para um menino mentir sobre qualquer coisa", comenta.

Reconhecimento e Próximos Passos

O grupo, que não veio de famílias privilegiadas, celebrou o fato de o encontro ter sido motivado pela "fome de querer fazer e pelo amor ao cinema". O crítico Daniel Schenker destaca as marcas da Filmes de Plástico: a "humanidade na interação entre os personagens" e o "registro interpretativo espontâneo", sem declamação, sintonizado com o tempo natural da vida cotidiana.

Com 28 produções em 16 anos, a Filmes de Plástico expandirá seu trabalho em breve para as séries. A primeira, "O Natal dos Silva" (para o Canal Brasil), será uma comédia escrachada sobre uma família que tenta se manter unida após a perda da matriarca. Para 2026, a produtora planeja lançar dois novos longas: "Se eu fosse vivo... vivia" e "Vicentina pede desculpas" (em parceria com a Netflix).