BASTIDORES DA SÉRIE

Cinco curiosidades de Tremembé que não estão na série

Descubra fatos surpreendentes do presídio dos famosos, revelados por Ullisses Campbell, que ficaram de fora da produção do Prime Video.

Publicado em 04/11/2025 às 10:55
Reprodução / Instagram

A série Tremembé, já disponível no Prime Video, mergulha nos bastidores do "presídio dos famosos" para retratar encontros e histórias de alguns dos criminosos mais notórios do Brasil. Inspirada em dois livros do jornalista e escritor Ullisses Campbell, a produção, dividida em cinco episódios, explora a rotina e as relações dentro do Complexo Penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo. Apesar do olhar detalhado, algumas curiosidades ficaram de fora da adaptação.

Com base no livro Tremembé – O Presídio dos Famosos (Matrix Editora), Campbell revela episódios pouco conhecidos que marcaram o cotidiano da unidade, que já recebeu nomes como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Anna Carolina Jatobá, Lindemberg Alves e Luiz Estevão.

Confira cinco curiosidades de Tremembé que não estão na série:

1. 'Cela dos Espíritos'

Entre as alas femininas, uma cela se destacou pelas atividades espirituais. Conhecida como "Cela dos Espíritos", era conduzida por Luiza Motta, condenada por homicídio ao dirigir embriagada.

O grupo reunia detentas interessadas em buscar perdão por meio da mediunidade. Suzane von Richthofen, uma das presas mais conhecidas, teria recebido uma carta psicografada atribuída à mãe, expressando perdão e amor.

2. A fuga pela escada de maracujá

Em 2007, Tremembé foi palco de uma fuga inusitada. Dominique Cristina Scharf, a "Dama do Cárcere", escalou a muralha de seis metros utilizando uma plantação de maracujazeiros entrelaçados aos caibros.

Mesmo após quebrar uma perna e um braço durante a fuga, conseguiu alcançar o outro lado e escapar, ainda que por pouco tempo.

3. Concurso de beleza

O presídio já sediou o concurso anual "Miss Primavera", promovido pela Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo.

Conhecido entre as internas como "Miss Xilindró", o evento premiava categorias como Simpatia, Plus Size e Garota Revelação. Também havia a categoria Mister Tremembé, destinada a homens trans custodiados em presídios femininos e mulheres de expressão masculina. Em 2014, Sandra Ruiz, a "Sandrão", sequestradora que se envolveu com Elize Matsunaga e Suzane, conquistou o título.

4. Tráfico dentro do presídio

Mesmo sob regime semiaberto, alguns detentos encontraram maneiras criativas – e ilegais – de lucrar. Segundo o livro, presos abriram uma passagem secreta no forro de um galpão para comercializar crack.

As pedras, compradas fora por R$ 10, eram revendidas a R$ 50 dentro da unidade. O esquema só foi descoberto após a denúncia de um dependente que ficou sem crédito com os "traficantes" internos.

5. 'Café Literário'

Nem todas as histórias de Tremembé envolvem crime ou escândalo. Condenado por homicídio e estelionato, Gil Rugai criou o "Café Literário", projeto de leitura e debate entre presos.

A iniciativa aproximava internos de diferentes pavilhões e incentivava discussões sobre clássicos como A Divina Comédia, de Dante Alighieri, Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski, e Saber Viver, de Cora Coralina. O projeto foi elogiado pelo potencial de ressocialização e inspirou atividades semelhantes em outras unidades.