Leonardo Fróes, poeta e tradutor que amava a natureza, morre aos 84 anos
Autor premiado e referência na tradução de grandes nomes da literatura mundial, Fróes foi precursor do jornalismo ambiental no Brasil e viveu dedicado à poesia e ao cultivo da terra
Leonardo Fróes, um dos principais nomes da poesia brasileira contemporânea, morreu aos 84 anos. A informação foi confirmada pela Editora 34. O poeta estava internado havia cerca de um mês em decorrência de uma úlcera.
Além de poeta, Fróes foi um tradutor de destaque, responsável por algumas das primeiras e mais importantes traduções de Virginia Woolf para o português. Especialista nas línguas inglesa, francesa e alemã, verteu também obras de autores como Goethe, William Faulkner e Jonathan Swift.
Entre seus livros mais conhecidos estão Língua Franca (1968), A Vida em Comum (1969) e Argumentos Invisíveis (1996), obra que lhe rendeu o Prêmio Jabuti naquele ano.
Nascido em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, Fróes foi precursor do jornalismo ambiental no Brasil, com passagens marcantes pelo Jornal do Brasil e pelo Jornal da Tarde, onde assinou a coluna A Arte de Plantar.
Contemporâneo da Geração Beat e da poesia marginal brasileira, preferia se identificar com a tradição dos “poetas do campo”. Sua produção poética foi reunida em um volume de 424 páginas publicado pela Editora 34 em 2021. No mesmo ano, foi um dos destaques da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), ao lado de nomes como Alice Walker, Margaret Atwood, David Diop, Conceição Evaristo e Ailton Krenak.
Desde a década de 1970, Leonardo Fróes vivia em um sítio em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, onde se dedicava ao cultivo da terra e à literatura.